Diante das manifestações de tão diversos representantes de camadas da nossa sociedade, não posso, como educadora, calar-me quanto ao caso dos Capitães da Areia.
O que tenho que dizer é que a sociedade está cansada de ouvir seus representantes, cujo dever é manter a ordem e a segurança, jogarem para outros a suas responsabilidades, de forma que nem eles mesmos são capazes de delimitar quais são as suas. Nada pessoal contra as duas autoridades que escreveram à Redação.
Outra coisa a ressaltar é que todo o país está ciente da situação em que se encontram as instituições que deveriam cuidar da reabilitação de jovens que tão cedo ingressam na vida do crime, mas acabam fazendo com que estes saiam piores do que entraram. Não estou a par da situação da instituição que anteriormente foi questionada, mas tenho certeza que muito há para melhorar. Não vou comentar a carta do padre, pois, como já mencionei, não conheço a fundo a realidade da instituição em questão.
O que precisamos é investir na educação, buscar a descentralização do poder e das riquezas e lutar por mais igualdade social. A família deve ser a base de uma sociedade que visa a paz e o bem comum, e não seus próprios interesses. A escola deve proporcionar uma educação de qualidade e para isso precisa ter professores que possuam uma boa formação inicial e continuada, tendo também as instalações e os recursos necessários para um processo educativo de qualidade. Acho desnecessário dizer que para isso precisam existir políticas públicas de fato.
Urge passarmos a encarar essa questão como um problema de toda a sociedade, que deve ser pensado em conjunto, deixando de jogar as responsabilidades uns para os outros. Isso, se não quisermos que mais Capitães de areia apareçam nas primeiras páginas policiais.
À espera de mais notícias
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